Seja Bem Vindo

SEJAM BEM VINDOS

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

     O mundo que se desenrolou no século XX, indiscutivelmente, nos legou grande êxito tecnológico, mas também, ao mesmo tempo, nos deixou como herança para esse século XXI um total fracasso ético representado nas estatísticas perversas apontando que todas as noites 900 milhões de pessoas vão se deitar com fome e, algo como 5 milhões de crianças morrem todos os anos em decorrência da fome.
Se o Homem da modernidade deseja mesmo continuar evoluindo na Terra, esta evolução somente fará sentido, e terá plena e irrestrita validade, quando perversidades como a morte pela fome ou por doenças dela decorrentes, por exemplo, forem definitivamente banidas do planeta.
E é justamente a esse Homem que cabe a principal tarefa do momento: pôr fim a essa perversidade, tais quais os Homens de 150 anos passados fizeram, pondo fim à escravidão em diversas sociedades.
Afinal, são os Homens (no sentido amplo do termo) que constroem, a cada dia, as sociedades que não param de apresentar mudanças.
Cumpre ressaltar que essas sociedades são “construídas” pelo livre pensar dos Homens, usando os pilares do sistema econômico, dos regimes políticos, da justiça, dos códigos do Direito, dos deveres e direitos dos cidadãos, dos princípios morais e das ações dos governantes.
Nesse sentido, em especial pelo viés da atividade econômica, que tanto pode responder rapidamente pela expansão (melhoria) ou pela regressão (piora) do modo de vida das pessoas, os modelos econômicos praticados atualmente, quer nos países desenvolvidos ou nos mercados emergentes, precisam se descolar, primeiramente, de um falso argumento que permeia a teoria econômica: não é aumentando a riqueza daqueles que já tem muito que se conseguirá diminuir a pobreza daqueles que nada tem. Em outras palavras, não se pode pensar nos caminhos que conduzem ao aumento da riqueza, ignorando, para isso, as possibilidades de redução da pobreza.
Igualmente é necessário romper, de forma definitiva, com o conceito dominante nas ciências econômicas de que riqueza e pobreza devam ser medidas pelo mesmo padrão: o produto interno bruto (PIB) e sua conseqüente renda per capita.
É fundamental que tenhamos a lucidez conceitual para verificarmos que crescimento econômico (elevação do PIB) não significa queda da pobreza, até mesmo porque o PIB como forma de medir riqueza trata-se de tremendo equívoco.
É certo que não se acaba com a pobreza crônica gerando empregos e fazendo o produto interno se expandir. Pobreza se acaba a partir da melhoria no sistema de saúde, tratando com qualidade à educação para oferecer educação com qualidade, melhorando as condições de higiene e alimentando melhor os mais pobres; portanto, proporcionando aos mais necessitados as básicas condições para o bem-estar.
padrão de crescimento econômico das sociedades modernas não pode ser praticado, como temos presenciado, sob uma plataforma socialmente perversa, que desrespeita o indivíduo, não privilegia as condições dignas de trabalho, faz uso inadequado dos recursos naturais, polui o ar que respiramos e que se centra, apenas, sob a ótica mercantil. Nesse pormenor, as palavras do economista indiano Amartya Sen são exemplares: “Não se deve olhar o progresso de uma economia verificando o aumento da riqueza dos que já são ricos, mas na diminuição da pobreza daqueles que são muito pobres”.
A saída pode estar na prática da economia solidária
Se realmente desejamos uma sociedade melhor, outro mundo precisa, urgentemente, ser “edificado” sob novos olhares. Especificamente sob o olhar de que a mudança é plausível e está ao nosso alcance.
Reflexão coletiva é irmã siamesa da ação participativa. Assim, mostrando primeiramente as feridas, poderemos chegar, mediante ações, a sua cicatrização.
É necessário conhecer (pensar) para compreender e, é compreendendo que empreenderemos as ações. O pensamento precede a ação, assim como o desejo (o querer) incita o fazer, o agir. Agindo, “forçaremos” a mudança e, mudando, certamente, progrediremos.
Ensina-nos a Teologia que o plano de Deus ao Homem é a sua perfeição. No entanto, quis a Providência Divina que ao próprio Homem coubesse a escolha de qual caminho percorrer.
Assim, os caminhos percorridos pela livre vontade humana foram se alargando e as vielas e atalhos, por conseqüência, se multiplicaram. Desvios de conduta, obstáculos e buracos pelas diversas estradas não faltaram (e não faltam); eis porque, ainda hoje, por não estar trilhando o caminho correto, o Homem moderno parece conviver “pacificamente” com situações que, à luz do bom senso, aquele que esteja gozando plenamente de suas faculdades mentais jamais poderá admitir. Dentre elas, a existência de seres humanos vitimados pela ignominiosa situação que é a fome.
Para mudar essa situação, devemos agir. É nesse sentido que a economia solidária – uma nova maneira de “ver, pensar, sentir e fazer” economia vem ganhando destaque.
Conquanto, essa nova economia somente será solidária e ocupará espaço positivo à medida que um maior número de adeptos engrossarem as fileiras desse novo modelo econômico.
Desse modelo que respeita os padrões de produção, sem agredir os recursos naturais, respeitando à geração futura. De um modelo que respeita e prioriza o trabalho não remunerado da mulher “dona do lar”, vendo nisso também uma atividade econômica produtiva e, acima de tudo, desse modelo que afirma positivamente o trabalho das organizações não governamentais.
O modelo de economia solidária que queremos ver ganhar dimensão respeita a geração presente, priorizando, valorizando e enaltecendo o ser humano, em lugar de focar na acumulação de capital, típica da capitalista.

tirada do google

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